Em janeiro deste ano, dois animais exóticos foram resgatados na favela do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, depois de uma denúncia anônima. Neste mês de março, uma serpente da espécie píton ball foi encontrada e retirada do Parque Nacional da Tijuca.
No entanto, esses não são os únicos. De acordo com o Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, o Brasil convive com mais de 270 espécies exóticas invasoras, e que chegam por aqui trazidas pelas mãos do ser humano.
Na lista de animais estão o lagostim vermelho, que teve comércio e criação proibidos pelo governo brasileiro em 2008, e a caranguejola, entre outros.
O pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Jorge Antonio Lourenço Pontes, doutor em Ecologia e Evolução, chama a atenção para o problema.
Na avaliação da pesquisadora Silvia Ziller, fundadora do Instituto Hórus, é importante investir em programas de controle, mas também na prevenção.
Segundo os especialistas, um animal é considerado exótico quando é nativo de uma outra região, e invasor porque se reproduz e se espalha de forma descontrolada, ameaçando a biodiversidade local, podendo, inclusive, ser o causador de doenças ao ser humano.
Um exemplo é o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya. Originário do nordeste da África, ele chegou ao Brasil de forma acidental, provavelmente junto com o tráfico de escravizados.