Xingu tem 200 árvores desmatadas por minuto durante governo Bolsonaro

Heat spots in areas with Prodes (2017-2019) and Deter warnings, in Lábrea, Amazonas state. Every year, Greenpeace Brazil flies over the Amazon to monitor deforestation build up and forest fires. In August, 2020, flights were made over points with Deter (Real Time Deforestation Detection System) and Prodes (Brazilian Amazon Satellite Monitoring Project) warnings, besides heat spots notified by Inpe (National Institute for Space Research), in the states of Amazonas, Rondônia, Mato Grosso and Pará. Focos de calor em área de Prodes (2017-2019) e Deter, no Município de Lábrea (AM). Todos os anos, o Greenpeace Brasil realiza uma série de sobrevoos de monitoramento para registrar o avanço do desmatamento e das queimadas na Amazônia. Em agosto de 2020, monitoramos pontos com alertas do Deter e Prodes, além de pontos de calor, do Inpe, nos estados do Amazonas, Rondônia, Mato Grosso e Pará.

Duzentas árvores por minutos foram derrubadas no Xingu, nos últimos quatro anos, durante o governo de Jair Bolsonaro. Isso significa 730 mil hectares de floresta destruída, área que equivale à região metropolitana de São Paulo. É o que mostra o estudo Xingu Sob Pressão, feito pela Rede Xingu+, em parceria com o Instituto Sócio Ambiental, e que analisou imagens de satélite.

A analista de geoprocessamento do ISA, Thaíse Rodrigues, dá uma ideia da dimensão do estrago.

Mas não é só isso. Roubo de madeira e invasões em terras indígenas também são problema. O relatório mostra que territórios no Mato Grosso, por exemplo, estão sofrendo com a exploração desenfreada e ilegal do território. São pelo menos 27 quilômetros de vias ilegais abertas por madeireiros, além dos incêndios.

As populações também têm sido ameaçadas, segundo o relatório. Há relatos de violação da integridade territorial e de bloqueios nos acessos às áreas tradicionais, além da intimidação e da coação em diversas comunidades da Bacia do Xingu, que abrange os estados do Pará e do Mato Grosso e conta com 26 povos indígenas e centenas de comunidades ribeirinhas.

Esse relatório foi encaminhado aos principais órgãos federais para pedidos de providências. Mas, resumindo, pede a necessidade de se conter as invasões, a instalação de mais bases de vigilância e a presença constante das autoridades.