Estado deve coordenar política de investimento sustentável, diz estudo

O Estado deve ser o grande coordenador das políticas de investimentos sustentáveis no país. Esta é uma das principais conclusões do estudo “Financiando o Big Push: caminhos para destravar a transição social e ecológica no Brasil”.

O levantamento foi apresentado nesta segunda-feira (5), Dia Mundial do Meio Ambiente, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A oficial de assuntos econômicos da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe e coordenadora da pesquisa, Camila Gramkow, defendeu que deve haver um setor responsável diretamente por essa questão.

“Em primeiro lugar, existir um órgão que tenha esse papel de Estado coordenador. Que é essa Secretaria Especial de Enfrentamento à Mudança do Clima, diretamente vinculada à Presidência da República, que teria, então, esse papel da coordenação estratégica, de desenvolver a taxonomia dos investimentos verdes”.

De acordo com o estudo, esse órgão deveria gerir fundos para financiar seis frentes: agricultura de baixo carbono e uso sustentável da terra; Amazônia, infraestrutura sustentável; justiça climática; terras limpas; e perdas e danos.

Camila também reforçou que outros países já estão focando seus investimentos na questão ambiental.

“As principais economias do mundo, as economias avançadas, as economias emergentes e as economias em desenvolvimento estão apostando em estratégias verdes de recuperação. Mais do que isso: estão apostando em estratégias verdes de industrialização”.

Durante o evento, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou a necessidade de aumento dos investimentos em hidrogênio verde, considerado o combustível do futuro, por ser uma energia limpa, sem emissão de carbono.

“92% da nossa matriz, nesse momento, é de energia limpa. Nós precisamos dobrar para impulsionar hidrogênio verde, que vai consumir, se nós tivermos de fato um peso relativo relevante – e podemos ter –, vai precisar mais ou menos do tamanho da matriz energética da oferta de energia que nós temos hoje de energia limpa”.

O estudo foi apresentado durante o seminário “Financiamento para o Grande Impulso para a Sustentabilidade”.