O desmatamento no Cerrado ultrapassou 118 mil hectares no mês de maio, um aumento de 35% em relação ao mesmo período de 2022. Seria como se o cerrado tivesse perdido uma área quase igual à da cidade do Rio de Janeiro apenas no mês passado, como explica Fernanda Ribeiro, do IPAM, que é o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
Tocantins e Maranhão concentram 60% das perdas, de acordo com dados do Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado, divulgados nesta quinta-feira (15). O monitoramento é feito mensalmente utilizando imagens de satélites da Agência Espacial Europeia. No Tocantins, o aumento da área desmatada foi de 52%. Já no Maranhão, o estado recordista, o aumento foi de 71%.
Apesar do aumento já esperado para o início do período de seca, o ritmo neste ano é maior que em 2022. Principalmente na região do Matopiba, que também engloba os estados da Bahia e Piauí, conforme alerta Fernanda Ribeiro do IPAM.
A maioria do desmatamento no Cerrado tem ocorrido em “formações savânicas”, que são as áreas com maior variedade desse bioma, que abriga 5% de toda a biodiversidade mundial. As savanas ocupam menos de um terço do Cerrado, mas concentraram 78% da área desmatada diretamente para pasto e para o plantio de soja, segundo a rede colaborativa MapBiomas, formada por ONGs e universidades.