As temperaturas médias globais devem se manter próximas ou atingir novos recordes nos próximos cinco anos, ultrapassando as marcas alcançadas em 2024, o ano mais quente já registrado em 175 anos.
As informações são do relatório da Organização Meteorológica Mundial, que conclui que esses novos patamares devem aumentar os riscos climáticos e os impactos nas sociedades, nas economias e no desenvolvimento sustentável.
Gabryele de Carvalho dos Santos, meteorologista da AtmosMarine, destaca algumas dessas consequências:
“Podemos ter ondas de calor mais longas e mais severas. Maiores dias de duração e temperaturas mais altas. Além disso, também podemos ter secas prolongadas e chuvas mais intensas e com volume maior e com maior duração. E isso vai acarretar inundações, deslizamentos”.
Impactos na biodiversidade e na saúde humana são outros reflexos dessas mudanças, de acordo com a especialista.
“Nós também podemos ter uma perda da biodiversidade terrestre, porque pode aumentar a extinção de espécies devido à incapacidade de adaptação à rápida mudança de temperatura e habitat. Além disso, nós podemos ter também um impacto na saúde humana, aumento de doenças transmitidas por vetores, como aqui no Brasil, por exemplo, a dengue.”
A previsão também indica que há 70% de probabilidade de o aquecimento médio entre 2025 e 2029 ultrapassar 1,5°C, um aumento de 47% em relação ao relatório do ano passado.
Também são apontadas condições anormais de seca para a Amazônia e aquecimento do Ártico acima da média global.