O Viva Maria comemora a Semana do Meio Ambiente, que teve início nesse domingo (1/6), destacando o filme Amazônia Viva, do cineasta carioca Estevão Ciavatta. Com dez minutos de duração, a produção é uma experiência imersiva pela região do Rio Tapajós, que utiliza filmagens em 360 graus para desvendar um dos lugares mais importantes do planeta. Quem conduz a viagem é a cacica Raquel Tupinambá, que é a entrevistada desta edição do programa.
A líder indígena fala sobre a oportunidade de usar as novas tecnologias para mostrar à sociedade a relação dos povos originários com a natureza.
“Para mim foi uma experiência mágica, muito importante, receber o convite do Estevão Ciavatta, que conheci em 2016. Foi uma oportunidade de levar um pouco da minha realidade, da floresta Amazônica, para aquelas pessoas que puderam ver o a Amazônia Viva.”
A cacica Raquel Tupinambá acredita que o filme pode, de alguma forma, ajudar a sensibilizar as pessoas para a necessidade urgente de preservar a floresta.
“Nós, eu e meu povo, esperamos que toque o coração das pessoas para que elas, a partir disso, tenham outro olhar para a Amazônia. Que não vejam a Amazônia, esses povos, apenas como algo a ser explorado, mas algo a ser cuidado, conservado. Porque hoje nós sabemos a importância das florestas, dos rios, para a nossa continuidade enquanto espécie humana desse planeta.”
Raquel Tupinambá acompanhou o cineasta Estevão Ciavatta em exibições do Amazônia Viva, inclusive em evento no Supremo Tribunal Federal (STF). E comenta como o filme pode ajudar a influenciar decisões importantes para os povos originários, sobretudo na tese do marco temporal, que afeta sobremaneira as demarcações dos territórios indígenas.
“O STF foi um espaço muito estratégico e importante. Ver as pessoas assistindo, comentando e falando da emoção de entender um pouquinho o que representa essa magnitude da floresta, dos povos, dos rios, das águas. Então, nós esperamos que essa mensagem tenha chegado e de alguma forma tenha impactado, sensibilizado os ministros para decisões naquilo que afeta diretamente a vida dos povos indígenas e a natureza.”