Conheça trabalhadores que garantiram o funcionamento da COP30

Enquanto as negociações contra a crise climática continuam, a programação oficial da COP30 termina nesta sexta-feira (21). Foram 12 dias de encontros, reuniões, negociações e muitas atividades na Zona Azul, área administrada pelas Nações Unidas.  

A gigante estrutura montada nas zonas Azul e Verde, e todos os serviços de hidráulica, luz e internet instalados, não seriam possíveis sem o trabalho de quem veio muito antes da conferência. É o caso de Cleiton Batista, de 29 anos, morador de Belém, que chegou com mais de quinze dias de antecedência. Ele perdeu as contas de quantos modens de internet foram instalados, mas diz que foram mais de 10 mil cabos de rede em toda a estrutura da COP30.  

“Uma reunião muito importante que tá acontecendo aqui no nosso estado e a gente fazendo parte na correria e para cima e para baixo e muito serviço e gente chegando. Vamos ficar feliz quando concluir o serviço e se der tudo certo, né? Missão cumprida”.

Pelos espaços de alimentação, quiosques e restaurantes, o trabalho também foi fundamental. Como o de Tainara Alves, de 21 anos, de Belém. Ela já trabalha com eventos e atou como caixa para recarregar os cartões de pagamento usados na COP.  

“Eu falo que a gente cria também, vai pegando conhecimento. É uma oportunidade muito grande para nós, para o nosso Pará, né? É bem, eu acho bem interessante, eu acho muito legal”.

Do lado de dentro do balcão, o cardápio e os pedidos ficaram por conta de muitos trabalhadores e trabalhadoras, como Stefanie Silva, de 22 anos, que curtiu a experiência e relatou a alegria de receber tanta gente na cidade dela.

“Conheci pessoas de vários países, aprendi várias línguas, eles aprenderam com a gente, amei tudo, são pessoas maravilhosas, eles amaram também a nossa energia e bateu super, adorei essa experiência. A nossa cidade foi vista por vários olhos, várias opiniões diferentes, mas eu tenho certeza que a maioria adorou super a gente, que todo mundo fala que a gente é bem caloroso, bem acolhedor e eu amei eles verem a gente com esses olhos”. 

O estudante Anderson Assunção atuou na faxina e limpeza dos espaços, incluindo os banheiros. Aos 21 anos, ele conta que o trabalho de quem faz a limpeza ainda é invisibilizado. Disse e que encontrou também a oportunidade por indicação.  

“O dia é bem corrido, a gente não tem nem tempo para se poder descansar direito, a não ser na hora da refeição mesmo, muito importante. Falar sobre o clima que ultimamente tá muito quente. Divertido tá fazer as pessoas de outros lugares para cá para para esse evento eu falar sobre de vários lugares não só aqui no Brasil como de outros lugares também”.

A estudante Clara Silva, de 21 anos, mora em Castanhal, região metropolitana de Belém. Ela é uma entre os mais de 1.300 jovens selecionados para ajudar a conduzir os participantes, dar informações, traduzir idiomas e permitir a acessibilidade nos espaços da COP30.  

“Que é uma forma de você entrar em contato com outras culturas, é uma forma de você adquirir um conhecimento que você você não vai ter em lugar nenhum. Então, a gente teve contato com pessoas de diversas áreas do planeta que eu nunca pessoalmente iria poder conhecer pessoalmente, assim, qualquer outra situação. Agora, eles têm a visão de que aqui tem gente. Aqui tem uma cidade viva, que respira, que tem cultura. Então, essa COP aqui na Amazônia foi importante para dar para eles essa visão de que aqui na parte do Norte, não é só uma mata desabitada”. 

Bianca Vila Real é cabo do Corpo de Bombeiros do Pará. Ela atuou não na parte operacional, mas nos bastidores, divulgando o papel da corporação nos eventos da COP30. Bianca conta que não fazia ideia da magnitude da COP e foi pesquisar antes mesmo de atuar. 

“Então, foi uma coisa que eu particularmente tive que ir atrás, saber o que é na verdade esse evento. Eu vi alguns vídeos de como foi o evento do ano passado, eu achei assim que não seria aqui na nossa cidade, é uma coisa que realmente foge da nossa realidade. Na verdade, o que a gente percebe é que a gente ainda tá ainda se habituando com o evento, com as pessoas que vêm de fora, com a internacionalização desse evento. Então, é algo grandioso que nunca tínhamos visto e tá sendo assim bem gratificante participar”.

Sem contar com as visitações de graça na Zona Verde, foram quase 60 mil pessoas inscritas, de 194 países, para as atividades. Entre elas especialistas, integrantes de movimentos sociais, sociedade civil, observadores, negociadores, autoridades e também a imprensa, como a nossa equipe de Radiojornalismo da EBC.