Ambientalistas se mobilizam para retirada de coral invasor na Bahia

Mais de 20 mergulhadores participaram de um mutirão para a retirada de três toneladas de um coral invasor das águas da Ilha de Itaparica, localizada na Baía de Todos-os-Santos, no estado da Bahia. 

O diretor de Políticas Públicas e Planejamento Ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Tiago Porto, explicou que a operação subaquática mobilizou instituições ambientais da Bahia e do Governo Federal, universidades, ONGs e a Marinha do Brasil para retirada do coral chamado Chromonephthea braziliensis.

Tiago explicou que a espécie não é natural da região; cresce rapidamente; libera toxinas e sufoca outros corais, colocando em risco o equilíbrio do ecossistema marinho.

“Nós formamos esse grupo de trabalho contendo pescadores, pesquisadores, órgãos públicos ambientais, organizações locais para construirmos juntos uma estratégia para lidar com esse problema ambiental, que foi o problema da bioinvasão dessa espécie exótica de coral, coral mole aqui na região”.

Todo o material recolhido durante o mutirão, realizado entre 16 e 20 de maio, foi separado em duas categorias. Uma parte foi enviada ao aterro sanitário para descarte adequado. A outra seguiu para a Oficina Carbono 14, onde passará por um processo de secagem e preparação antes de ser destinada ao Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia do Senai e à Embrapa. O objetivo é investigar possíveis formas de reaproveitamento do coral removido em usos sustentáveis, como fertilizantes, cosméticos e tintas.

Agora, o trabalho entra em uma nova fase, que é o monitoramento das áreas afetadas.

Moradores e pescadores estão sendo capacitados para colaborar na identificação e no combate à espécie. Esse tipo de coral preocupa especialistas devido à sua rápida proliferação e capacidade de causar danos à biodiversidade nativa. Já que a espécie compete por espaço com corais locais e libera substâncias químicas que dificultam sua predação e podem provocar necrose em outros organismos marinhos.